No mundo das criptomoedas tais como Bitcoin, Ethereum entre outras, o termo “carteira” ou “endereço” é muito utilizado, pois são nestes em que os fundos dos usuários são mantidos, ou seja, as carteiras de criptomoedas são onde os investidores armazenam, gerenciam e interagem com seu ativo digital, por este motivo, é importante compreender seu funcionamento para garantir que seus fundos estejam em segurança, evitando prejuízos.
Neste artigo vamos explorar um pouco mais sobre as carteiras e seu funcionamento, além de algumas dicas valiosas de como manter sua segurança.
O que é uma carteira de criptomoeda?
Antes de tudo, precisamos explorar um pouco sobre o conceito de carteira dentro do mundo blockchain. Vamos trabalhar um pouco a um nível técnico neste primeiro momento, e depois explorar um pouco mais sobre elas.
Utilizando como exemplo o Bitcoin para explicar o funcionamento básico delas, podemos dizer que, diferente do sistema bancário convencional, saldos em um endereço de critpomoeda não são mantidos em quantia única, mas como UTXOs, um termo para “Unspent Transaction Output” em inglês, que pode ser traduzido como “Saída de Transação Não Gasta”, fundamental para entender como funcionam as transações na blockchain, ou seja, cada UTXO representa uma quantidade específica de bitcoins que ainda não foi gasta em uma transação.
O processo de transferir criptomoedas entre estes endereços, chamamos de transação, ou simplesmente TX. Uma TX é composta por inputs, que são as fontes dos fundos utilizados na transação, e outputs, que são as destinações dos fundos após a transação, ou seja, inputs representam as UTXOs que estão sendo gastas para criar a nova transação, e os outputs são as novas UTXOs criadas, que podem ser atribuídas a diferentes endereços.
Mas o que isso significa? Significa basicamente que, o saldo em um endereço ou carteira, é calculado analisando o histórico de transações na blockchain associadas a ele e somando os valores de todas as UTXOs.
Veja o seguinte exemplo prático, para entender um pouco mais.
Digamos que alguém enviou 1 BTC para o seu endereço, sua carteira na blockchain do bitcoin. E a transação criou uma UTXO de 1 BTC, seu saldo seria 1 BTC. Se você decidisse enviar 0.4 BTC para outro endereço, a transação consumiria parte da UTXO de 1 BTC como input (0.4 BTC), criando uma nova UTXO para o destinatário e uma “troca” (change output) de 0.6 BTC para o seu próprio endereço.
Ainda ficou confuso? Então vamos de um outro exemplo um pouco mais complexo.
Se alguém enviar 2 BTC para o seu endereço, isso cria uma UTXO de 2 BTC associada a esse endereço. Se você decidir enviar 1 BTC para outra pessoa, a transação usará a UTXO de 2 BTC como input e criará duas UTXOs como output: uma de 1 BTC para o destinatário e outra de 1 BTC que volta para o seu próprio endereço como troco (change). Neste ponto, a UTXO original de 2 BTC torna-se gasta. Portanto, uma UTXO representa uma porção de criptomoedas que não foi totalmente gasta em transações anteriores.
O modelo UTXO é uma parte essencial da segurança e do funcionamento das criptomoedas, pois ajuda a evitar problemas como gastos duplos, proporcionando uma maneira eficiente e segura de gerenciar o fluxo de criptomoedas na blockchain, pois cada transação (TX) consome UTXOs pré-existentes, criando assim novas UTXOs que serão utilizadas em transações futuras.
Agora que entendemos a nível técnico como funcionam os fundos (saldos) em uma carteira, vamos entender um pouco como funciona a nível de usuários, ou seja, um nível menos técnico.
O que são Public Key e Secret Key?
Você já entendeu o funcionamento básico da blockchain relacionado à movimentação dos fundos de sua carteria de criptomoeda, agora, vamos entender como podemos criar uma nova carteira, mas antes, explicando alguns outros termos utilizados.
Quando você cria uma carteira Bitcoin por exemplo, ela gera um par de chaves criptográficas: uma chave privada (Secret Key) e uma chave pública (Public Key). Enquanto que a chave pública é compartilhável, a chave privada deve ser mantida no mais sigiloso cuidado, pois o acesso indevido a ela pode resultar na perda de todos os seus fundos mantidos em sua carteira.
Para entender melhor, vamos separar conceitualmente os termos “endereço/carteira”, com “chave pública” e “chave privada”.
Retomando a afirmação anterior, ao criarmos uma carteira ela gera um par de chaves publica e privada. A chave pública é uma sequência de caracteres alfanuméricos derivada da chave privada, e será utilizada para criar os endereço, ou seja, suas carteiras que são utilizdas para receber fundos. Derivado da chave pública, um endereço é a parte da informação que você compartilha com outras pessoas para que estas possam lhes enviar criptomoedas.
Em termos práticos, quando alguém envia criptomoedas para você, ela usa o seu endereço. O endereço é derivado da chave pública, mas é uma forma transformada e mais curta da mesma.
Apesar do endereço ser derivado da chave pública como informado, por meio de algoritmos específicos (como em Bitcoin, é usado o algoritmo SHA-256 e RIPEMD-160), eles não são exatamente os mesmos.
Enquanto que, seu endereço pode ser algo como bc1qa4gDgjejppylre9eggwrks03jt3w36amz8apdk, e sua chave privada L5zBjC7bEeUD3YQDPrYiqrAT8NXQHdpp3kavCkiuFu9pFykg8iuH, a chave pública está mais para algo como 0450863AD64A87AE*****1DF38855ED6F2EE187E9C582BA6, percebe o quanto ficaria mais complicado compartilhar sua Public Key do que seu endereço?
Lembrando que, os exempos acima são fictícios, e não são chaves reais 🙂
Além das chaves, podemos citar um último termo que consideramos importante, quando nos referimos às carteiras de critpo: o termo seed.
A “seed” (semente) em criptomoedas, especialmente em sistemas de carteiras HD (Hierarchical Deterministic), é uma peça fundamental para a geração de chaves privadas e, por consequência, para a gestão de endereços e fundos em uma carteira.
Falamos acima sobre as Private Keys, ou Chaves privadas, mas, como elas são geradas? Bom, essa função é destinada exatamente à essa sequência de palavras aleatórias, chamada de mnemonic seed, que é a raiz para a geração de chaves privadas em uma carteira.
Ela é o ponto inicial a partir do qual todas as outras chaves privadas e públicas são derivadas. No caso de sistemas HD, todas as chaves privadas e públicas derivam de uma única seed mestra, o que significa que, com a seed, você pode regenerar todas as chaves da sua carteira, permitindo uma forma eficiente e segura de fazer backup e restauração, mas não vamos entrar este mérito neste artigo.
Tipos de carteiras
Agora que você já sabe o funcionamento básico de uma carteira na blockchain, vamos falar um pouco dos tipos.
Não vamos neste momento ainda, nos referir à softwares, mas sim ao conceito de armazenamento. Dentre os conceitos, podemos dividir basicamente em dois tipos, que são elas: as hot wallets e as cold wallets.
Uma hot wallet é uma carteira de criptomoedas que está conectada à internet e acessível online. Normalmente são utilizadas para transações frequentes e conveniente para acesso rápidos aos seus fundos, no entanto, por estar online, está mais suscetível a ataques cibernéticos. Já uma cold wallet, é uma carteira que opera offline, ou seja, sem estar diretamente conectada à internet.
Exemplo de hot wallet podemos citar aplicativos para celular, desktop, web wallets (sites carteiras, exemplo myetherwallet.com) entre outros. Para as cold wallets, bons exemplos são alguns hardwares wallets e o modelo paper wallets, que seria uma forma física de armazenamento das suas chaves privadas. Neste último caso, as chaves são impressas em um papel ou em outro meio físico.
Qual opção devo escolher ao criar uma carteira de criptomoeda?
Bom, aqui você já possui o conhecimento básico necssário para distinguir qual tipo de carteira pretende trabalhar. Porém, antes de tomar uma decisão, quanto ao modelo hot ou cold, falaremos um pouco mais sobre o que mais podemos e devemos considerar para cada tipo.
Vamos começar pela cold wallet. Por se tratar de um controle offline, sem necessariamente utilizar um software para tal, podemos salientar alguns cuidados, como por exemplo:
- Faça backups regulares da sua seed (se você estiver usando uma carteira HD) ou de suas chaves privadas e armazene-os em locais seguros e protegidos contra danos físicos e acessos não autorizados;
- Ao usar uma carteira de hardware, escolha modelos confiáveis de fabricantes reconhecidos. Verifique sempre a autenticidade do dispositivo.
- Se estiver usando uma paper wallet, gere-a offline e armazene em um local seguro. Nunca compartilhe imagens ou cópias digitais da paper wallet online.
- Mantenha seus dispositivos de hardware ou papéis com as informações offline em locais físicos seguros, como cofres por exemplo.
- Evite conectar sua carteira de hardware ou paper wallet à internet, a menos que seja absolutamente necessário.
- Familiarize-se com os procedimentos de recuperação da sua carteira offline. Certifique-se de entender como acessar seus fundos de maneira segura.
Quando falamos sobre hot wallets, como citado anteriormente, nos referimos à aplicativos, softwares, web sites que disponibilizam tais serviços de gerenciamento das suas carteiras. Optando por este modelo, podemos citar alguns cuidados:
- Esolha uma opção que possua a autenticação de dois fatores (2FA) disponível e claro, mantenha sempre habilitada. Essa opção adiciona uma camada extra de segurança ao exigir uma segunda forma de autenticação além da senha;
- Mantenha a carteira e qualquer software relacionado atualizado. Atualizações frequentes podem incluir correções de segurança cruciais;
- Evite acessar sua carteira em redes Wi-Fi públicas não seguras. Se necessário, use uma VPN para criar uma camada extra de criptografia;
- Esteja atento a esquemas de phishing. Evite clicar em links suspeitos ou fornecer informações confidenciais em resposta a mensagens não solicitadas;
- Evite compartilhar publicamente informações sobre a quantidade de criptomoedas que você possui, especialmente em fóruns e redes sociais.
Lembrando que, além das dicas citadas, é importante que o usuário procure demais informações que possam auxiliar na segurança de seus fundos. Essas dicas ajudarão a aumentar a segurança de suas carteiras, seja em um ambiente online (hot wallet) ou offline (cold wallet). Escolher o tipo certo de carteira depende de suas necessidades específicas de segurança e usabilidade.
Como criar uma carteira de criptomoeda?
Até aqui, já falamos sobre os principais conceitos relacionados às carteiras de critpomoedas, seu funcionamento na blockchain, tipos, cuidados e agora, vamos falar um pouco como podemos criar nossa carteira e começar de fato a receber ou enviar criptomoedas através delas. Criar uma carteira, por mais complicado que pareça, como demostrado acima a um nível técnico, no dia-a-dia é bem mais simples, pois podemos contar com diversos aplicativos e softwares, como demos exemplo, que fazem todo esse gerenciamento de TXs, UTXOs, Chave Privada, Chave Pública, Carteiras, Seed e até mesmo oferecem camadas de segurança que são de suma importância para restringir o acesso indevido aos fundos.
Dentre os aplicativos de gerenciamento de carteiras, podemos citar alguns dos principais, tais como, Ledger ou Trezor, que são hardware wallets, Exodus, MetaMask e Trust que são aplicativos para desktop ou mobile, entre diversas outras opções.
A maioria destas, possuem versões tanto para Desktop quanto para Celular. Neste artigo, iremos utilizar o aplicativo Trust Wallet para nosso mini-tutorial de como criar nossa wallet.
Criando sua primeira carteira de criptomoeda
Após realizar o download da versão para seu celular Android ou iOS, abra o aplicativo para darmos início.
Na primeira tela do aplicativo, clique na opção Começar agora. Essa ação, irá abrir a tela com as opções de Criar uma nova Carteira que lhe dá a opção de criar uma carteira totalmente do zero, e a Adicionar carteira existente, onde poderíamos fazer a restauração de nossa carteira existente, para dentro do aplicativo da Trust Wallet.
Obviamente, essa opção seria necessário termos uma seed gerada anteriormente. Em nosso exemplo, vamos utilizar a opção Criar uma nova Carteira.
Ao escolher a opção Criar uma nova Carteira, o aplicativo irá questionar como deseja armazenar (fazer backup) de sua frase secreta, ou seja, da seua seed. Recomendamos fortemente que escolha a opção Fazer backup manualmente, por considerarmos a opção mais segura. Mas, deixamos ao seu critério com base nas informações de segurança que citamos acima.
Seguimos pela opção manual neste tutorial.
Ao escolher a opção, o aplicativo nos dá algumas dicas importantes, sobre o armazenamento de nossa seed. Informações como a Trust não armazena nossa seed, dentre outras. Para continuar, é necessário marcar as opções, como está ciente de todas e clicar em Continuar.
Nesta parte, que é uma das mais importantes, será mostrada sua seed, 12 ou 24 palavras, numeradas em ordem. Anote cada palavra em sua ordem, como mostrada no aplicativo.
Ressaltamos que é muito importante que cada palavra, seja anotada exatamente na ordem de acordo com os números mostrados, pois caso perca o acesso ao aplicativo, ou à sua carteira, apenas utilizando essa seed, em ordem como foi gerada, será possível recuperar seus fundos.
O aplicativo, não permite que façamos print das duas telas informadas, por questão de segurança. Preste bastante atenção às orientações mostradas nele que não haverá problema.
Após finalizar os passos anteriores, será exibida seu dashboard no aplicativo, com algumas criptomoedas já pré-habilitadas no aplicativo, sendo possível habilitar/desabilitar na configurações, de acordo com sua necessidade.
Como receber criptomoedas
Bom, agora que você já possui uma carteira de criptomoeda, o próximo passo será adquirir suas primeiras criptomoedas. Ainda dentro do aplicativo Trust Wallet, na lista de Criptomoedas, acesse a opção BTC. Será mostrada a tela com as opções “Enviar” e “Receber”.
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Escolha receber, para exibir seu endereço de recebimento de Bitcoins.
Será mostrado seu endereço/carteira para recebimento das suas bitcoins.
Informe este endereço para recebimento para as pessoas ou em plataformas, ao realizar compras e/ou saques de seus ativos digitais para sua carteira.
Existem várias opções no mercado, tais como exchanges, p2p, entre outras. Para quem está começando neste mercado, recomendamos a utilização de uma plataforma simples, objetiva e segura, e para tal, não poderíamos deixar de recomendar a Kamoney, nossa plataforma para compra e venda de criptomoedas, mas fique à vontade para escolher outra plataforma de sua preferência, mas acreditamos que ao utilizar a Kamoney, terá uma ótima experiência.
Caso escolha a Kamoney, preparamos um tutorial explicando passo a passo como comprar criptomoedas na Kamoney. Confira o post em nosso blog.
Ao comprar suas criptomoedas, será solicitado seu endereço de recebimnento, o mesmo copiado no passo anterior. Na Kamoney, você compra com um PIX e recebe diretamente em sua carteira, sem risco! Experimente como é simples, prático e seguro comprar suas criptomoedas na Kamoney.
Como enviar criptomoedas via Trust Wallet
Agora que você já possui suas criptomoedas, você pode enviar para quem desejar, bastando poucos cliques.
Na mesma tela citada anteriormente, utilize a opção Enviar, informe a quantidade que deseja, o endereço de destino (carteira de criptomoeda para onde deseja enviar os fundos) e clique em Continuar. Será solicitada a senha de confirmação, para envio. Pronto! Após confirmação, o fundos serão enviados para a carteira de destino e registrada a TX na blockchain.
Viu como não é tão complicado assim? 🙂
Como informamos, no dia-a-dia é bem mais simples do que imaginamos, porém, não menos importante se atentar às questões de segurança. No próprio aplicativo da Trust Wallet, você encontrará diversas outras opções para a segurança contra acesso indevido do aplicativo em seu celular.
Tome todas as medidas necessárias para que seus fundos sejam dividamente protegidos e bons negócios!
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