A compra de imóveis com criptomoedas deixou de ser uma ideia futurista e se tornou realidade em diversas regiões do mundo. Essa tendência vem ganhando força no Brasil e em outros países, impulsionada pela tokenização de ativos e pela aceitação crescente de moedas digitais por parte de incorporadoras, plataformas imobiliárias e até iniciativas públicas.
Crescimento da Tokenização de Imóveis
A tokenização de ativos do mundo real (Real World Assets – RWA) tem ganhado destaque como uma das principais inovações no mercado cripto. O relatório “Crypto Outlook 2024”, da Ripio, destacou a América Latina como uma das regiões líderes nesse movimento. Segundo o levantamento, o valor de mercado dos tokens RWA superou os US$ 15 bilhões ao fim de 2024.
Esse avanço permitiu que imóveis fossem transformados em ativos digitais, facilitando a aquisição de frações de propriedades por meio de tokens. Essa abordagem reduz custos operacionais, amplia o acesso ao mercado imobiliário e torna os investimentos mais líquidos e acessíveis a uma base maior de pessoas.
Incorporadoras e Plataformas que Aceitam Criptomoedas
No Brasil, várias empresas do setor imobiliário já estão operando com criptomoedas em suas transações. Algumas incorporadoras tradicionais, como Gafisa e Tecnisa, passaram a aceitar Bitcoin como forma de pagamento. Plataformas especializadas também vêm facilitando esse processo, como o caso da Apto, que reúne dezenas de imóveis disponíveis para compra com criptomoedas em sua plataforma digital.
Parcerias entre empresas de criptoativos, como o Mercado Bitcoin, e imobiliárias, como a Proprietà, permitem que compradores paguem até 100% do valor de um imóvel utilizando moedas digitais como BTC, ETH ou USDT. Essas iniciativas sinalizam uma abertura clara do mercado tradicional para a economia digital.
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Iniciativas Governamentais
A movimentação em direção à modernização do setor não se limita à iniciativa privada. No Brasil, por exemplo, o vereador Alexandre Aleluia, de Salvador (BA), apresentou um projeto de lei que autoriza o uso de criptomoedas na compra de imóveis públicos por meio do sistema municipal de leilões eletrônicos. Se aprovado, o projeto permitirá que ativos digitais como Bitcoin e stablecoins sejam utilizados em transações envolvendo bens do município.
Essa proposta reflete uma visão mais ampla sobre o papel das criptomoedas na economia pública e indica que os governos também estão observando o potencial desse mercado como uma via legítima de transações imobiliárias.
Tendência Global
A aceitação de criptomoedas no setor imobiliário também avança em países da Europa, especialmente na Espanha. Cidades como Marbella e Alicante já contam com uma oferta crescente de imóveis disponíveis para compra com Bitcoin. A combinação de legislação mais flexível e alto interesse por investimentos digitais tem incentivado o crescimento dessas transações em regiões turísticas e de alto valor agregado.
A adoção global fortalece a confiança do mercado e cria um ambiente mais competitivo, estimulando empresas de outros países a seguir o mesmo caminho e abrir novas possibilidades de negócios com criptomoedas.
Desafios e Considerações Legais
Apesar do entusiasmo em torno do tema, a compra de imóveis com criptomoedas ainda enfrenta barreiras legais e regulatórias. A ausência de normas claras sobre a escrituração de imóveis pagos com ativos digitais pode gerar insegurança jurídica para compradores, vendedores e cartórios.
Além disso, questões como a origem dos fundos, a volatilidade das moedas e a conversão para moeda fiduciária ainda exigem atenção. Por isso, é fundamental que as partes envolvidas em uma transação com criptomoedas busquem suporte jurídico adequado para garantir segurança e transparência no processo.
O futuro dos imóveis digitais já começou
A compra de imóveis com criptomoedas é mais que uma tendência, é uma realidade em expansão. Com avanços tecnológicos, adesão crescente do setor privado e iniciativas públicas surgindo, o mercado imobiliário está passando por uma transformação digital.
Ainda assim, é essencial compreender os riscos e desafios legais envolvidos para aproveitar ao máximo essa nova forma de negociação.