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A recusa da Juventus à oferta bilionária da Tether

A Juventus, tradicional equipe de futebol da Itália, voltou ao centro das atenções após rejeitar uma proposta bilionária da Tether, emissora da stablecoin USDT. A decisão reforça a estratégia da família Agnelli de manter o controle do clube, mesmo diante do avanço de grandes empresas do setor cripto sobre ativos tradicionais do futebol europeu.

Os detalhes da proposta apresentada pela Tether

Segundo informações divulgadas pela imprensa internacional e por veículos especializados em economia e criptomoedas, a Tether ofereceu cerca de US$ 1,3 bilhão pela aquisição da Juventus. O valor representava um prêmio relevante sobre a cotação das ações do clube na Bolsa de Milão e vinha acompanhado da promessa de novos investimentos robustos para reestruturação esportiva e financeira.

A empresa já possuí uma participação minoritária na Juventus, o que tornou a proposta ainda mais significativa. A intenção declarada era transformar o clube em um projeto global, integrando tecnologia, inovação financeira e maior presença internacional da marca. Mesmo com esses argumentos, a oferta foi classificada internamente como inadequada aos objetivos dos atuais controladores.

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A posição firme da família Agnelli e da Exor

A Exor, holding controlada pela família Agnelli, detém cerca de dois terços do capital da Juventus e exerce controle absoluto sobre as decisões estratégicas do clube. Em comunicado, a empresa deixou claro que não pretende vender sua participação, nem abrir mão do controle para grupos externos, independentemente do valor oferecido.

A relação entre a família Agnelli e a Juventus ultrapassa um século. Desde 1923, o clube está sob sua influência direta, tornando-se parte central de sua identidade empresarial e cultural. Para os Agnelli, a Juventus não é apenas um ativo financeiro, mas um patrimônio histórico. Essa conexão pesou decisivamente na recusa, mesmo diante de uma proposta considerada agressiva pelo mercado.

O avanço das empresas cripto sobre o esporte tradicional

A tentativa da Tether não é um caso isolado. Nos últimos anos, empresas do setor cripto têm ampliado sua presença no esporte por meio de patrocínios, fan tokens e participações societárias. A aquisição de um clube do porte da Juventus representaria um salto inédito, marcando uma nova fase dessa aproximação.

Para a Tether, o movimento fazia parte de uma estratégia de diversificação, que inclui investimentos em tecnologia, inteligência artificial e mídia. O envolvimento direto com um clube de futebol fortaleceria sua marca fora do ambiente financeiro e ajudaria a consolidar sua posição institucional em mercados regulados.

Reação do mercado e impactos imediatos

Apesar da recusa, a divulgação da proposta teve impacto imediato no mercado financeiro. As ações da Juventus registraram forte alta após a notícia, refletindo a percepção de que o clube estava subavaliado e poderia atrair novos interessados no futuro. O movimento também reacendeu debates sobre governança, valuation e o papel de investidores externos no futebol europeu.

Analistas destacaram que, mesmo rejeitada, a oferta da Tether estabeleceu um novo parâmetro para o valor de mercado da Juventus. Ao mesmo tempo, reforçou que decisões estratégicas nem sempre seguem a lógica puramente financeira, especialmente quando envolvem ativos com forte carga simbólica.

Um sinal claro dos limites entre tradição e inovação

A recusa da Juventus à proposta da Tether simboliza o choque entre dois mundos. De um lado, empresas de criptomoedas buscam legitimidade e expansão por meio de marcas tradicionais. Do outro, clubes históricos resistem à perda de controle e à descaracterização de sua identidade.

O episódio mostra que, embora o capital cripto esteja cada vez mais presente no esporte, ele ainda encontra barreiras quando confronta estruturas familiares sólidas e visões de longo prazo. No caso da Juventus, a mensagem foi clara: nem toda oferta bilionária é suficiente para mudar a história de um clube centenário.